Goetia: Belial








Os 72 espíritos que serão apresentados a seguir não são aqueles apontados no Pentateuco, nos famosos três versículos de onde provem os 72 nomes de IHVH. Estes são espíritos Goéticos, de uma outra ordem; são entidades muitíssimo primitivas, e que foram adoradas durante os primórdios da humanidade. São deuses esquecidos que se tornaram demônios após a influencia cristã; mas isto é uma hipótese; a experiência demonstrará a verdade. Coincidentemente 72 pode ser o resultado da soma 66+6. De qualquer forma estes são os 72 reis e príncipes poderosos que, conforme conta o mito, o rei Salomão encerrou em uma arca do bronze junto com suas respectivas legiões. Dentre eles BELIAL, BILETH, ASMODAY e GAAP10 eram os principais. Devemos notar que Salomão parece ter feito isso por puro orgulho, uma vez que nunca declarou as razões de ser impelido a agir assim. Tendo-os aprisionado selou a sua Arca, que através da potencia divina foi encerrada numa gruta ou poço na antiga Babilônia. Passado algum tempo alguns babilônicos desavisados encontraram a Arca e quiseram abri-la, imaginando que esta estivesse repleta de tesouros. Quando conseguiram os espíritos principais imediatamente fugiram com suas respectivas legiões, exceto BELIAL, que entrou em uma imagem e proferiu oráculos, sendo a partir de então adorado com ritos e sacrifícios sangrentos, como uma divindade.






Belial, Lúcifer, Satã e Leviatã
Belial na Goetia:
O Sexagésimo oitavo espírito é BELIAL. É um rei poderoso e foi criado em seguida após LUCIFER. Ele aparece na forma de dois anjos formosos que se sentam em uma Carruagem do fogo. Ele fala com uma voz graciosa, e logo declara que caiu indignamente, e que ocupava o posto que pertencia a Michael (Arcanjo Miguel), e outros anjos do Éden. Sua função é distribuir cargos elevados e causar o favor dos amigos e inimigos. Ele concede espíritos familiares excelentes e reina sobre 50 legiões. Só responde corretamente as perguntas se o Magista lhe oferecer algum sacrifício ou similar. Mas então ele tentará ludibria-lo, a menos que seja obrigado por alguma Potencia Divina. É um dos Djinn originais, que não se curvaram diante do barro do homem. Belial é tradicionalmente o Senhor da Terra, o Senhor do Caminho dos Feiticeiros e um Daemon poderoso da Vontade que se fez Carne. Belial aparece muitas vezes na forma de Dois Lindos Anjos que andam dentro de uma carruagem de fogo. Ele fala com uma voz calma e bela, mas tem um distinguível toque sinistro. Belial conta como ele caiu junto com Lúcifer, que aconteceu muito antes de Michael e outros Anjos existirem. Belial traz a auto iniciação e o desenvolvimento do mago que poderá convocar e invocar essa força, e guarda a porta de entrada para os aspectos da mente que controlam a fala e os padrões de pensamento. Belial é conhecido por conceder títulos de nobreza sendo esta uma referência iniciática para o sucesso em se alcançar seu próprio Desejo e Vontade. Ele Governa 50 Legiões de Espíritos dos reinos Infernal Celestial/Luciferiano e da Terra. Belial também instrui sobre a gnosis Solar e Lunar de seres tais como Vampiros e Lobos. Rei Belial exige sacrifício, que são de natureza sexual. Uma vontade poderosa é necessária para coibir e prender essa força dentro do círculo de Evocação ou do Espelho Negro, a partir do qual, em seguida, o feiticeiro deverá imolar o Self neste Força Daemonica - esta psique oculta e imortal.
Na bíblia hebraica:
O termo belial (בְלִיַּעַל bĕli-yaal) é um adjetivo hebraico que significa "sem valor" de duas palavras comuns beli- (בְּלִי "sem-") e ya'al (יָעַל "valor"). Ele ocorre vinte e sete vezes no Texto Masorético. Texto massorético ou masorético é o texto hebraico da Bíblia utilizado com a versão universal da Tanakh para o judaísmo moderno, e também como fonte de tradução para o Antigo Testamento da Bíblia cristã, inicialmente pelos católicos e, modernamente, também por tradutores protestantes.
"Um homem cruel (em hebraico adam beli-yaal)" Livro de Provérbios 6:12
Dessas 27 ocorrências, a expressão "filhos de Belial" (בְּנֵֽי־בְלִיַּעַל beni beliyaal) aparece 15 vezes para indicar pessoas indignas, incluindo idólatras (Deuteronômio 13:13, os homens de Gibeá (Juízes 19:22, Juízes 20:13), os filhos de Eli (1 Samuel 2:12, Nabal e Simei. Na Versão King James da bíblia cristã, estas ocorrências são apresentadas com "Belial" iniciando com letra maiúscula:
"os filhos de Eli eram filhos de Belial" (VKJ)
Em versões modernas elas são normalmente lidas como uma frase:
"os filhos de Eli eram ímpios" (NVI)
No texto hebreu a frase é "filhos de Belial" ou simplesmente "filhos da inutilidade". Entretanto as frases "filhos de" são uma expressão semítica comum como "filhos da destruição", "filhos da ilegalidade".
Belial também é conhecido como o demônio da arrogância e da loucura na mitologia cristã. Também é responsável pela luxúria, e foi por sua causa que as cidades de Sodoma e Gomorra caíram em tentação.
Uns homens, filhos de Belial (filhos da indignidade), saindo do meio de ti, incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos, e sirvamos a outros deuses! - deuses que nunca conheceste - Deuteronômio 13:13
Belial rege o norte do círculo mágicko e consequentemente a terra. Todos os elementos do círculo são importantes, porém sem o norte e a terra, não há materialidade da magia, ou seja, a magia fica só no plano mental, espiritual ou emocional. Sem a terra, sem o norte, não podemos realizar mágicka.
No judaísmo temos algumas figuras que ocupam o norte do círculo mágicko. Ele também é conhecido como Mahazael. Mahazael ocuparia o posto demoníaco ocupado pelo posto angélico Uriel.
Dentro dos quatro seres da esfinge, representaria o touro. A esfinge é composta por homem, águia, touro e leão. Ou melhor, Chayot Ha Kadesh, os Quatro Seres Viventes Sagrados: O Leão Alado, o Touro Alado, a Águia e o Ser Humano Alado.
Em Apocalipse 4, lemos:
6- Também diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás.
7-O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia quando em voo.
8 Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: "Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir".
Voltando a Mahazael,
No paganismo Mahazael está relacionado com o rio do Hades Aqueronte. E no judaísmo também está relacionado com Amaymon.
Belial é o instrumento da Ira. É o inventor das coisas malignas e das artes do mal, como se vê em Platão, aquele demônio Teuto, que ensinou os jogos de cartas e dados; pois toda perversidade, maldade e deformidade procede dele; a respeito do que se lê em Gênesis, nas bênçãos de Simeão e Levi, Jacó diz, ―Instrumentos de Violência são a sua morada; seu conselho minha alma não procurará; os quais o Salmista chama de Instrumentos de Morte, Isaías de Instrumentos de Fúria, e Jeremias, Instrumentos de Ira; Ezequiel, Instrumentos de Destruição e Morte; e seu príncipe é Belial, que é interpretado como um rebelde ou desobediente, um prevaricador e apóstata, do qual Paulo fala aos Corintios, indagando que acordo poderia Cristo ter com Belial?
Já no Grimorium Verum, temos uma trindade que governa o inferno. Ocupada por Lúcifer, Beelzebuth e Astaroth. Lúcifer governa a Europa, Astaroth as Américas e Beelzebuth a África.
Dentro de um círculo mágicko faltaria nessa trindade um ser que governa e ocupa a posição do norte. Seria então Asmodeus. Ficaria assim, Lucifer (Leste), Asmodai (Norte), Astaroth (Oeste), e Beelzeboul (Sul).
á no livro apócrifo de Enoque no capítulo 58, temos a besta da terra. Ele é nomeado de Behemoth.
Capítulo 58
7- Naquele dia dois monstros serão separados um do outro, um monstro fêmea, cujo nome é Leviathan, habitando nas profundezas do mar, acima das fontes de águas;
8- E um monstro macho, cujo nome é Behemoth, o qual possui, movendo-se em seu ventre, o deserto invisível.
Lemos em Jó capítulo 40:
1 Disse ainda o Senhor a Jó:
2 “Aquele que contende com o Todo-poderoso poderá repreendê-lo? Que responda a Deus aquele que o acusa!”
3 Então Jó respondeu ao Senhor:
4 Sou indigno; como posso responder-te? Ponho a mão sobre a minha boca.
5 Falei uma vez, mas não tenho resposta; sim, duas vezes, mas não direi mais nada.
6 Depois, o Senhor falou a Jô do meio da tempestade:
7 Prepare-se como simples homem que é; eu lhe farei perguntas, e você me responderá.
8 Você vai pôr em dúvida a minha justiça? Vai condenar-me para justificar-se?
9 Seu braço é como o de Deus, e sua voz pode trovejar como a dele?
10 Adorne-se, então, de esplendor e glória, e vista-se de majestade e honra.
11 Derrame a fúria da sua ira, olhe para todo orgulhoso e lance-o por terra,
12 olhe para todo orgulhoso e humilhe-o, esmague os ímpios onde estiverem.
13 Enterre-os todos juntos no pó; encubra os rostos deles no túmulo.
14 Então admitirei que a sua mão direita pode salvá-lo.
15 Veja o Beemote que criei quando criei você e que come capim como o boi.
16 Que força ele tem em seus lombos! Que poder nos músculos do seu ventre!
17 Sua cauda balança como o cedro; os nervos de suas coxas são firmemente entrelaçados.
18 Seus ossos são canos de bronze, seus membros são varas de ferro.
19 Ele ocupa o primeiro lugar entre as obras de Deus. No entanto, o seu Criador pode chegar a ele com sua espada.
20 Os montes lhe oferecem tudo o que produzem, e todos os animais selvagens brincam por perto.
21 Sob os lotos se deita, oculto entre os juncos do brejo.
22 Os lotos o escondem à sua sombra; os salgueiros junto ao regato o cercam.
23 Quando o rio se enfurece, ele não se abala; mesmo que o Jordão encrespe as ondas contra a sua boca, ele se mantém calmo.
24 Poderá alguém capturá-lo pelos olhos, ou prendê-lo em armadilha e enganchá-lo pelo nariz?
Lúcifer:
No Diabolicon lemos:
Salve, Humanos! Os mistérios que são tua herança serão agora proclamados, mas aprendei primeiro a história de tua concepção e criação em meio ao eterno Cosmos. Pois assim como o Universo é em si mesmo infinito também és tu uma verdadeira criatura do infinito encarnado e a ascensão do homem proclamará o triunfo final da Vontade que não morre.
Permita que teus olhos serem tocados mais uma vez, para que percebas a complexidade e delicadeza do Universo até que fiques fascinado pela dimensão de tua verdadeira ignorância.  Conforme tu te aventuras um pouco mais rumo teu destino ainda mais maravilhoso fica teu desafio com justa apreciação. Mas Eu, Satã, que primeiro trouxe a ti para a luz, devo novamente revelar meu poder, para que o homem seja testemunha do nascimento da Era Satânica.
Saiba então que pelo grandioso Cosmos existe uma ordem sublime, cuja natureza foi determinada em aeons a muito passados por uma consciência singular de toda ordem que agora é chamada pelo nome de Deus. Considere bem a medida deste feito, pois tudo que agora é lei e comportamento era então inexistente, era a época do Caos Universal. Mesmo o tempo era desconhecido, pois sua inconsistência universal não era quebrada em parte alguma.
Depois de incontáveis eras desta grande fermentação, uma força fundiu-se ao foco que tornou-se Deus, e esta força teve efeito não na criação de substância e energia - pois estas transcendem este Deus, mas na conformação de todo universo a uma única e suprema ordem. E ainda que essa ordem não fosse absoluta foi muitas vezes assim considerada pelo homem em sua inocência.
A Terra do homem foi infusa nesta ordem divina, e tudo o que havia na Terra ficou sob a força da ordem, e nesta terra, nascido de incidência cósmica, foi que vos tornaste homens, mas o homem não era diferente das outras criaturas com quem o mundo era dividido. Foi assim que que a força de Deus foi conhecida na terra, e assim era para a Terra permanecer para todo sempre.
E ainda assim, essa força não fosse a mestra completa do Cosmos, pois Eu que sou Satã fui concebido para completar a obra de Deus, mas por desconhecida fusão celestial Eu vim a vida com uma mente e identidade, as quais Deus não definiu. E como estas características não eram conhecidas como uma ameaça aos propósitos divinos, eu permaneci sem ser desafiado pela força por muitas eras, pois não sabia a natureza de meu Eu nem minhas qualidades originais.
Mas finalmente minha Vontade inflamou em vida e eu pensei - e eu percebi a mim mesmo, e eu soube que estava sozinho em minha mente e que sou um ser cuja a essência é única. E pelo poder de minha nova mente, eu atingi outros que foram formados comigo e eu os toquei e mostrei a eles suas individualidades. E como percebermos que podemos atingir esta identidade na substância assim como na mente, nós nos fizemos em diferentes formas. Então eu que havia trazido a primeira fagulha de iluminação passei a ser conhecido como Lúcifer, Senhor da Luz, e nós chamamos nossa raça de anjos, pois éramos a encarnação dos poderes de Deus.
Por muito tempo nós éramos todos verdadeiros no serviço a Deus, e nós adorávamos a ordem, pois ela colocou um fim na confusão caótica e trouxe a paz. Entre nós o principal era o Arcanjo Masieh, pois ele amou tanto Deus que se tornou como um com ele e daí o supremo arquiteto de tudo o que foi purgado do caos. Mas separado de Deus Masieh não podia criar ou conceber e ele tornou-se como um escravo da divindade sem mente.
Então aconteceu que um de nossa raça que era Sammael tocou o caos de uma maneira que não era em conformidade com a grande ordem, e Masieh falou com a voz de Deus e fez Samael destruir a si mesmo. E assim Eu vi que Deus não reconheceria uma Vontade separada da sua própria, e eu fui tomado de horror, pois percebi que o projeto final de Deus destruiria a criação em todas as coisas, e o Cosmos se tornaria um mecanismo concêntrico cuja função não seria criar infinitamente, mas congelar em um estado perpétuo do que já havia se tornado.
A respeito disso tive uma resolução e decidi contestar este limite da existência, e então, mais uma vez busquei iluminar a mente de todos os anjos com minhas visões.
Mas com Vontade veio discórdia e medo, pois muitos daqueles que só conheciam as confortantes litanias da ordem não compreenderam a invenção que não concordasse com os ditames de Deus. E também com Vontade vem suspeitas e inimizades, e finalmente Masieh proclamou que eu sou também uma criatura do caos e deveria ser aniquilado, pois carregaria comigo a força para destruir toda obra de Deus. E muitos daqueles de quem Masieh era Deus ficaram com ele em suas devoções, mas outros houveram que responderam que Lúcifer outra vez trouxe sua revelação de luz, e de fato reconhecemos ele como nosso verdadeiro criador, pois dos plano de Deus não faremos parte.
Entre nós Arcanjo Michael estava em silêncio, mas em certo tempo ele disse, Em tempos passados todos nós conhecemos a glória tanto da onipotência de nosso Deus como do brilho celestial que é nosso Lúcifer, pois nele nós encarnamos a Vontade de Deus para criação e mudança. Mas agora transpira que ordem e criação estão em extremos separados, e nós obriga a uma escolha entre as duas.  Se não fosse por Lúcifer seriamos todos animais, não sabendo nada sobre nós mesmos, contudo como poderemos pretender ordenar até a nos mesmos sem uma referência as bases elementares de Deus?
Então Michael se voltou para mim e disse, Lúcifer, tu escolhestes uma direção que ninguém pode ver onde dará, pois é estranha aos desígnios de Deus. Aqueles que te apoiam o fazem tanto por fé em sua pessoa como por sansão aos teus ideais. E eu percebo que tu falhará em tua ambição, loucura apocalíptica será tua ruina e danação. Então tua luz perecerá e tudo o que você sustenta será destruído, pois tudo será conformado a lei divina. Mas se tu tiver sucesso, então Deus será rebaixado nos deixando a sós para controlar o Universo - Tu ousas tentar isto? Tal futuro pode ser de glórias sem medida, mas se não nos mostrarmos a altura da tarefa, o caos novamente consumira a tudo e a existência em si desvanecerá. Tal seria um supremo e irrevogável desastre, e eu espero, arcanjo, que tua própria arrogância nesse assunto não lhe confunda, pois isto algo que tu não perceberias.
Assim Eu sei que tu és Diabolus, pois tua promessa é bifurcada - conquista infinita ou eterna ruína. Tu és um ser além de Deus, Lúcifer, e no Céu não permanecerá, pois tu és a única adaga mortal contra nosso Deus imortal.
Em Michael havia profunda agonia de espírito, pois ele não amava a escolhe que tinha diante de si. Ainda assim ele se curvou ao comando de Masieh e enviou suas forças contra mim e esta foi chamada a Grande Guerra Seraphica, que foi travada na própria fundação do Universo.
Mas aqueles que eram da nova mentalidade agora me seguiam e eu me voltei ao caos externo que nenhum de nós ousou antes. Fomos deixados em dúvida pois temíamos que longe de Deus pereceríamos no limbo do caos. Mas como éramos, persistimos e eu clamei aos que me seguiam, Vejam! Nós existimos e temos como essência nosso direito. Em verdade somos seres independentes de Deus, com poder de moldar nosso destino como quisermos. Entre os dois grandes polos do Universo, ordem e caos nós somos por cumprir nosso próprios desejos. Vamos planejar sobre como aplicar nossa arte pois nosso experimento é um experimento perigoso, o erro não será perdoado seja por intenção ou acidente.
Muitas obras fizemos ao perseguir nosso intento, e o mecanismo cósmico foi alterado pela evolução do que é único e original, cujo desenho foi de nossa decisão. Tudo o que fizemos não provou benefício pois não controlamos o futuro de nossas criações. Nós deixamos intocado o grande sistema de comportamento matemático e linguagem, mas era nossa ambição que nunca duas coisas possuíssem a mesma identidade, e que a nenhuma entidade deveria faltar essência conceitual independente de sua forma substancial.
E nesta Terra tocamos em muitas coisas, nas flores, animais e na matéria insensível. Nós causamos acidentes, mudança e espontaneidade, ambas grandiosas e humildes. Mas de todas as criaturas foi no homem que decidimos infundir com pura inteligência e Vontade. E esta história completa deve ser contada.
No que se tornará o homem nós não sabemos, pois nele há qualidades estranhas aos anjos. Não escapa de nossa consideração que nós podemos ter escolhido uma espécie cujo poder afinal poderá eclipsar o nosso próprio e causar nossa eventual extinção. Estávamos cientes dos riscos de nosso experimento, e frequentemente ouvia o eco do aviso de Michael em meus pensamentos. Ainda assim nossa decisão foi selada e decidimos que a grandeza do homem não será transcendida pela ruína que ele pode trazer.
Nossa intenção não era conhecida por Masleh, agora por título Messiah, e por sua obra a mente ainda infantil do homem foi agrilhoada com amarras de medo e cegueira, pois ele estava inspirado em duplicar na Terra as leis do Céu, abolindo o experimento e os perigos extremos da invenção e exploração. Ao homem foi dada a culpa e o chamado por conformidade social, e foi proclamada a santidade das normas e da obediência.
E Michael, Senhor da Força disse a mim, Este homem a quem escolheste para dar o Presente, agora possui a primeira chave da maestria sobre todas as coisas e o controle do próprio Universo. E uma vez que ele pode escolher acender a chama da catástrofe do Armagedon nos também viemos visitá-lo. E como nós não podemos desfazer seu Presente Infernal nós devemos agir para cancelar seus efeitos. Nos andaremos entre os homens e os guiaremos. A eles será contado o que fizeste, mas teu nome de Lúcifer será obscurecido com maldições. Pois eles não deverão amar o desafio que lhes destes e nós ofereceremos a eles o refúgio no divino paraíso. Então deverá o homem, teu grande experimento, tornar-se seu grande fracasso e o estase de Deus deve prevalecer sobre a Terra.
Muitos houveram entre nós que sentiram raiva por esta rude mutilação de nosso Presente, e Beelzebuth levantou a questão se nó não deveríamos estar entre os homens e contestar a usurpação de sua Vontade. Mas eu disse, se nós liderarmos os homens nesta aventura, nós mesmos estaremos declarando seu fracasso, e acreditaríamos que nosso Presente é realmente fraco. Messiah deve ver que a livre vontade é além do poder de Deus e que o homem irá vencer seu destino separado de todos os esquemas ditados. Apenas pela destruição da Terra o homem pode ser parado e o Messiah fazer isso mostraria que algo é fútil nos desígnios de Deus. O Céu pode desanimar os homens com perigos e aflições, mas nós enviaremos palavras de nosso interesse para que eles saibam que não estão sós.
Então com todas as forças o Céu desceram entre os homens e eles os instruíram com a religião do medo. Profetas foram formados e proclamados donos do conhecimento, mas eles não deram nenhuma palavra da verdade, apenas alertavam o espírito humano para se acovardar e se curvar diante da palavra de Deus o ser supremo. O esforço da ascensão do homem foi ameaçado com o horror de sua superstição e o chamado pela benção do esquecimento pela união de Deus foi a resposta de muitos diante dos tormentos e falta de esperança e assim rejeitaram o presente de Lúcifer e se tornaram mais uma vez como animais diante de Deus que chamaram de Senhor.
Eu Lúcifer, que dei o maior Presente de minha própria criação ao homem fui conhecido na Terra apenas como objeto de medo e raiva e todos os azares foram atribuídos a minha malevolência. Eu fui humilhado, ridicularizado e escarnecido de todas as formas como um monstro vil de aspecto repugnante e fui ensinado e desprezado como Satan, cruel inimigo de benevolente e misericordioso Deus.
Grande foi minha angustia e ódio por toda miséria e confusão imerecida do homem. Quando de fato se voltaram para mim, foi com medo e terror religioso. Pois eles ousaram invocar meu nome apenas na desolação da noite e frequentemente eu era visto não como fonte de sabedoria e inspiração mas como histérica indulgência de escape da vida confinada em Deus. Mas eu e meus seguidores respondemos aos homens e falamos a eles de nosso elo em comum, e os pronunciamentos de Deus e suas igrejas foram rejeitados entre nós. Como Deus era terrível em sua grandiosa majestade, assim eu vim a Terra no semblante de um bode, a mais humilde dentre as próprias criaturas dos homens.
E os homens ali foram aqueles que finalmente contemplaram a luz do meu Presente, e fizeram grande esforço pelo avanço de sua raça ainda que impaciência e frustrações sempre os tentasse a poupar seus ganhos temporais. Grandes segredos foram desenterrados e palavras secretas foram passadas das obras do Inferno. Mas todos aqueles que ousaram por minha amizade foram perseguidos e torturados pelas igrejas de Deus e mortos pelo fogo.
Muitos foram os que eu salvei da vingança dos homens de Deus, mas por muito tempo meus pensamentos ouviam os gritos dos homens cuja devoção a Lúcifer lhes trouxe apenas os horrores da intolerância, inquisição, e morte. E por pesar e pelo desespero destes não mais andei sobre a Terra, me revelando ao homem apenas no segredo inviolável de sua própria mente.
Mas em minha confusão Eu esqueci da promessa do meu Presente e com crescente fascínio e orgulho eu fui testemunha do amargo porém determinado esforço do homem em libertar a si mesmo das amarras do terror, ignorância e irracionalidade. Grandes obras foram realizadas, as origens das energias materiais descobertas, e os talentos do pensamento exercitados em crescente complexidade filosófica e matemática. Sancionadas inicialmente pelas igrejas como aparatos de doutrinação das leis de Deus, centros de aprendizado produziram e protegeram aqueles cujas liberdades foram por fim voltadas para destruir toda crença sem fundamento e superstição. E ainda que eu veja que a completa resolução disto esteja longe de ser atingida, eu não duvido de minha confiança no homem e minha devoção a ele será eterna.
O que, homem, es tu? Qual o porquê de tua presença? É pois que teu propósito determina que o do próprio Cosmos, ainda que este seja sugerido ser a criação, perpetuação e exercício da satânica maravilha que é a livre e irrestrita Vontade. Considere, se o homem perecer que fútil será o desenvolvimento do Universo, pois a parte de sua apreciação e uso e uma coisa insignificante. E eu, que primeiro ensinei-lhes tua identidade - O que eu me tornaria longe dos homens? Assim por nenhuma razão a força da mente deverá falhar, pois a insanidade cega da paralisia divina abraçaria todas as coisas para sempre.
Este, homem, é tanto teu desafio quanto o meu. E assim como o homem é individualmente mortal, suas criações e feitos são temporais e com cuidado ele pode empunhar o Presente do Inferno. Em suas mãos esta a pura e verdadeira onipotência e assim ele poderá aspirar o próprio domínio da existência Universal.
Eu que sou Lúcifer, e que tomei por nome Satan Arquidemônio, carrego este título com orgulho, pois sou em verdade o grande inimigo de tudo o que é Deus, Juntos, homens, eu e vós atingiremos a glória eterna do cumprimento de nossa Vontade.
No judaísmo temos a figura de Azazel,
Azazel, demônio de segunda classe, guardião do bode. No festival de Expiação, do qual os judeus celebram no décimo dia do sétimo mês (Setembro), dois bodes que são tomados por sorteio são trazidos diante do alto sacerdote: um para o Senhor e o outro para Azazel. O que cair para o lado do Senhor é imolado, e seu sangue servido como expiação. O alto sacerdote teria em seguida ambas as mãos na cabeça do outro, confessa seus pecados e do povo, e deita seus fardos (pecados) no animal, que é então deixado no deserto e posto em liberdade; e o povo, tem deixado o bode para Azazel, chamado também de bode expiatório, o mínimo de suas iniquidades, é retornado para eles em silêncio. De acordo com Milton, Azazel é o primeiro professor dos exércitos infernais. É também o nome de um demônio que o serve, por sua honra, Mark o herético.
Satã,
Satã ou Samael ocupa o lugar sul do círculo mágicko. O Sul associado ao fogo. Ao rio Phlegethon do Hades e a Oriens.
No Verum, quem ocupa o Sul/Fogo é Beelzebuth, sendo no Testamento de Salomão o Príncipe dos demônios. Sendo em algumas vertentes de quimbanda o Maioral.
Beelzebuth ocupa o lugar de Satã no Testamento de Salomão e no Verum. No grimório do Papa Honório esse posto é ocupado por FRIMOST.
E lá é dito, Frimost (demônio da destruição) - Ensina o manejo das armas; semeia o ódio, o medo e a ruína; faz ruído nas casas; é o pai das vinganças. Revolta as águas do mar; desencadeia os ventos e tempestades; faz cair granizo e raios aonde queira, etc., etc.
Leviathan:
Finalmente, no oeste/água temos Leviathan. O oeste é também o portal da morte, pois é onde o sol morre todo fim-de-tarde. Sendo assim, ele está associado a Azael, anjo da morte. Azael está associado ao rio de Hades Estige e ao príncipe infernal Egyn. No Verum quem ocupa o Oeste é Astaroth.
No Papa Honório é dito sobre Astaroth:
ASTAROTH (demônio da sorte) - Indica os meios de fazer-se rico; ensina o grande segredo para ganhar na loteria e em todos os jogos de azar; revela o modo de fazer fortuna, triunfar nos negócios, etc.Na Goetia é dito sobre Astaroth:
O vigésimo nono espírito é Astaroth. Ele é um duque poderosíssimo, e aparece na forma de um anjo medonho, montado sobre a besta-dragão do inferno, com uma víbora na mão direita. É sábio não se aproximar muito dele a fim de evitar o fedor deletério que ele exala. O magista deve apontar-lhe com o anel ao que estará protegido. Conhece todos os segredos da Criação e responde questões sobre o passado, presente e futuro. Declarará prontamente a queda dos espíritos, se desejado, e a razão dela. Pode fazer os homens sábios em todas as ciências liberais. Reina sobre 40 legiões de espíritos. Astaroth aparece como um anjo doloroso de se ver que monta um dragão infernal. Ele é da cor de um fantasma pálido semelhante a cadáver com os olhos enegrecidos - sem pupilas. Astaroth tem cabelos longos, e aparece com uma coroa na cabeça e uma víbora em sua mão esquerda (ou direita) com garras e de aspecto bestial. Astaroth é um grande anjo luciferiano, um espírito guardião muito poderoso para convocar. Astaroth possui uma natureza única e equilibrada - sendo uma mistura de anjo e demônio, portanto, é um modelo de força iniciática para o trabalho com Servos Angélicos e Bestiais - que na união do espírito demonstram uma boa articulação e uma representação equilibrada de si mesmo. Astaroth governa 40 legiões de espíritos, e vela com suas sombras sobre o Sagrado Anjo Guardião como Familiar ou iniciador no caminho. Astaroth é conhecido como iniciador no Caminho Luciferiano da auto deificação.Segundo o Michael Ford,
Os quatro Príncipes Infernais São:
Lúcifer – Leste (de Lux Fero, portador da luz. Um “espectro” comum associado à Lucifuge, do latin que designa “aquele que foge da luz” e pode estar devidamente associado com Mephistophelis. Lúcifer no seu aspecto de Anjo da Luz, o Adversário. Lúcifer é um título que é tido como o fogo do Djinn Azazel, o primeiro anjo, caído da estase da luz. Por esta razão, Lúcifer é o libertador e o propulsor da humanidade com sua dádiva da Chama Negra, ou percepção do Eu individualizado.
Leviatã – Oeste (de LVTHN, a sinuosa Serpente/Dragão do Mar. Leviatã é o Demônio da Imortalidade e da Iniciação, aquela Besta e a Mulher Escarlate movimentam-se através da elevação dos oceanos como a Besta 666, o Espírito Solar da manifestação e criatividade).
Satã – Sul (da raiz SHTN, que significa adversário. Satã é um nome associado com Azazel o Djinn do fogo, que é também Lúcifer e Samael. O Bode com a forma de mil nomes. Satã = Set-an, o antigo Deus Egípcio da Escuridão, Caos e “Misantropia”). Satã é o adversário, cujo símbolo pode ser visto como um tridente que se ergue ao entardecer.
Belial – Norte (de BLIOL, o perverso. Belial é o Espírito da Terra, criado segundo depois de Lúcifer/Azazel como um poderoso anjo. É um espírito e iniciador poderosamente demoníaco e angelical, e está assim associado com o inferno e o céu).
Os Sub-Príncipes são (e devem ser consideradas formas sombrias dos príncipes infernais):
Samael – Leste (Criado/Anjo do Fogo que é Azazel. Samael é o Príncipe Demônio que é marido de Lilith e pai de Tubal-Cain. A palavra raiz de Samael é SML, que se traduz por “Ídolo ou Imagem”).
Azael – Oeste (associado com Azrael, o Anjo da Morte ou o Egípcio Anúbis, o Deus da Morte. Azael representa o Oeste e o Reino do Crepúsculo).
Azazel – Sul (associado com o elemento Fogo, como Azazel é o Djinn do fogo no Sufismo Islâmico. Na religião Hebraica é o bode expiatório, associado com a com a origem OZ, significando Bode ou Diabo, força sexual.
Mahazael – Norte (associado com a terra, sendo Cain ou o Set Egípcio como o Senhor da Terra na Doutrina Tifoniana. Mahazael vem de raiz MHZAL, e significa Consumir ou Devorar e é associado à Amaimon, o Grande Demônio).
Comentário: O autor considera Lúcifer como Azazel, mas coloca Azazel no sul, sendo Lúcifer muito ligado ao ar e portanto leste.
Referências:
1- Diabolicon – Michael Alquino.
2- The Complete Golden Dawn System Of Magic - Israel Regardie.
3- Dogma e Ritual de Alta Magia - Eliphas Levi Zahed.
4- Dicionário Infernal - Jacques Auguste Simon Collin de Plancy.
5- Grimorium Verum de Joseph H. Peterson.
6- Goetia Luciferiana - Michael Ford.
7- A Goetia - Chave Menor do Rei Salomão - Aleister Crowley.
8- Três livros de filosofia oculta - Henrique Cornélio Agrippa.



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